Sociedade

Quatro em cada dez acham que astrologia é “científica”

Em 2005, ano do último inquérito na UE, a crença era grande

Não faltam páginas de horóscopos e programas de tarot, mas até que ponto é que as pessoas acreditam que a astrologia é fiável? Um dos últimos dados europeus tem já mais de uma década. Um Eurobarómetro de 2005 concluiu que 41% dos inquiridos atribuíam validade científica à astrologia – em Portugal, onde foram inquiridas 489 pessoas, 45% tinham esta opinião.

A nível europeu, as respostas apontavam para uma hierarquia com algumas surpresas. Medicina, física e biologia eram os campos a que os inquiridos reconheciam mais validade científica, seguindo-se matemática e psicologia. Mas a astrologia surgia à frente da economia e da história e, por último, da homeopatia. Questionados sobre horóscopos, o ceticismo dos europeus aumentava, com apenas 13% dos inquiridos a admitir que existisse ciência por detrás das previsões dos signos. Em Portugal, a percentagem era ligeiramente maior, com 23% dos inquiridos a reconhecer validade científica aos horóscopos.

Crenças à parte, a resposta da ciência tem sido perentória. Nas palavras da NASA: “A astrologia é outra coisa qualquer, não é ciência”, lê-se no site da agência espacial dos EUA. “Ninguém demonstrou que a astrologia possa ser usada para prever o futuro ou descrever como é que as pessoas são com base na sua data de nascimento”.

Uma das principais referências são as experiências de Shawn Carlson, publicadas na “Nature”, em 1985. Concluiu que as previsões dos astrólogos não eram mais certeiras do que a sorte. Mais recentemente, David Voas, da Universidade de Manchester, analisou 20 milhões de casais e não conseguiu provar que haja signos mais compatíveis do que outros. “Se houvesse a menor tendência para Virgens sentirem-se atraídos por Capricórnios e Balanças por Leões, devíamos poder ver isso nas estatísticas de matrimónio”, disse Voas.

Origem
Jornal i
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