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Apesar de suspeitas de colaboração ilegal na Lava Jato, Presidente brasileiro diz “confiar irrestritamente” em Sergio Moro

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, declarou confiar "irrestritamente" no seu ministro da Justiça, Sergio Moro, envolvido numa troca de mensagens que coloca em causa a imparcialidade da Operação Lava Jato, afirmaram fontes oficiais na segunda-feira.

O Secretário de Comunicação da Presidência brasileira, Fabio Wajngarten, disse à imprensa local que informou o chefe de Estado acerca da divulgação das mensagens no domingo, e que na segunda-feira voltou a falar com o governante acerca do conteúdo.

Em ambas as ocasiões Bolsonaro frisou: “Nós confiamos irrestritamente no ministro Moro”, declarou Wajngarten.

No entanto, e ao contrário de outros membros do seu Governo, Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto.

Sergio Moro, que ocupa o cargo de ministro da Justiça e da Segurança Pública no Governo liderado por Jair Bolsonaro, foi citado este domingo numa série de reportagens sobre a operação Lava Jato do ‘site’ The Intercept.

O portal de investigação publicou textos com supostas mensagens e conversas privadas entre promotores e juízes brasileiros na aplicação Telegram, denunciadas por uma fonte anónima, que apontariam falta de imparcialidade e colaboração ilegal na maior operação contra a corrupção do Brasil.

Segundo o Intercept, conversas privadas revelam que o ex-juiz Sérgio Moro sugeriu ao procurador e responsável pelas investigações da Lava Jato, Deltan Dallagnol, que alterasse a ordem das fases da operação Lava Jato, deu conselhos, indicou caminhos de investigação e deu orientações aos promotores encarregados do caso, ou seja, teria ajudado a acusação, o que viola a legislação brasileira que exige imparcialidade aos juízes.

As mensagens também indicariam, segundo o The Intercept, que os promotores da Lava Jato tinham sérias dúvidas sobre a qualidade das provas contra o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva num processo em que foi condenado em três instâncias da justiça brasileira de receber um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS.

Lula da Silva foi preso em abril do ano passado, para cumprir pena desta condenação em regime fechado, sendo posteriormente proibido de concorrer na eleição presidencial realizada em 2018, quando era o candidato favorito da população, segundo as sondagens realizadas à época.

Na sequência da reportagens do Intercept, também o vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, declarou que o atual ministro da Justiça é uma pessoa “da mais ilibada confiança do Presidente”.

“Conversa privada é conversa privada, não é? E descontextualizada ela traz qualquer número de ilações”, afirmou Mourão aos jornalistas, após deixar o Palácio do Planalto, em Brasília.

O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, informou na segunda-feira que Bolsonaro se deverá reunir hoje com Moro, para discutir o conteúdo das mensagens reveladas pelo The Intercept.

Origem
SAPO24
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