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Venda de casas cai 7,7% até setembro devido à pandemia

As vendas de casas diminuíram 7,7% até setembro, para 122.066 alojamentos familiares, face a igual período do ano passado, refletindo a situação pandémica, anunciou hoje a associação de empresas de mediação imobiliária.

Com base nos dados oficiais recolhidos pelo Gabinete de Estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), de janeiro a setembro deste ano, transacionaram-se 122.066 alojamentos familiares, menos 7,7% na comparação com o ano anterior.

Já no terceiro trimestre, venderam-se 45.136 casas, mais 35,1% face ao mesmo trimestre do ano passado.

Para o presidente da APEMIP, Luís Lima, o aumento registado na venda de casas no terceiro trimestre deste ano “não é relevante”, uma vez que o segundo trimestre do ano “refletiu quebras” decorrentes do primeiro estado de emergência e do período de confinamento, que impediram a realização de muitos negócios que acabaram por se transferidos para o terceiro trimestre.

“Ao longo de 2020 o setor imobiliário conseguiu demonstrar resiliência, sobretudo neste terceiro trimestre que refletiu o momento mais otimista que se viveu depois do primeiro confinamento e em que se concretizaram negócios que já estavam planeados”, afirmou.

No entanto, disse Luís Lima, “há que ter em conta que no segmento habitacional, a procura interna manteve-se elevada, até pela não existência de uma verdadeira alternativa no mercado de arrendamento”.

Ainda assim, o “imobiliário sentiu o impacto da crise pandémica que se reflete na quebra de transações face ao ano anterior”, sublinhou o representante das empresas imobiliárias.

Sobre o último trimestre deste ano, o presidente da APEMIP antevê que “não deverá apresentar resultados positivos”.

Luís Lima diz que “é expectável” que os números do quarto trimestre “não sejam animadores”, pois “estarão espelhadas” as incertezas decorrentes da segunda vaga da pandemia, que terão impacto no número de negócios efetuados.

“As empresas têm-nos dado nota de que a partir do final de setembro se sentiu um arrefecimento do mercado, motivado por um novo ciclo de incerteza que afetou a confiança dos potenciais compradores”, salientou.

O presidente da APEMIP, perante o atual cenário de incertezas, não avança com estimativas para o próximo ano, lembrando que é difícil antecipar nesta altura o comportamento dos mercados.

“A determinada altura, a instabilidade económica e laboral refletir-se-á na procura e nas transações, o que terá um efeito travão, como já se espera a partir do último trimestre deste ano”, declarou.

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