Sociedade

O Monumental vai mudar completamente. Em 2020, será assim

O projecto de reabilitação do edifício no Saldanha custará 28,9 milhões de euros. O futuro das actuais lojas do centro comercial é incerto.

O Monumental vai entrar em obras no Verão. Não será apenas o centro comercial: todo o edifício será reabilitado, alterando substancialmente tanto a fachada como os 12 pisos que albergam escritórios. A obra, que durará mais de um ano, obrigará a um investimento de 28,9 milhões de euros. O que fica por saber é se os ocupantes regressarão depois. O aspecto exterior que resultará da intervenção, que se vê parcialmente acima e na íntegra na imagem abaixo, ainda não era conhecida.

“A reabilitação será abrangente, com uma mudança integral da fachada (a fachada activa) e com a substituição total das instalações, tornando-a mais eficiente e mais sustentável ambientalmente”, segundo a informação revelada à Time Out, por e-mail, pela agência que está a fazer a comunicação do projecto em nome da Merlin Properties, empresa espanhola dedicada aos investimentos imobiliários. A JLL, uma outra empresa, consultora na mesma área, fala numa “remodelação profunda no que respeita à colocação de fachada nova, alteração das áreas comuns e reajustamento das áreas de escritórios”.

Os planos para o futuro do Monumental suscitaram o interesse dos lisboetas quando se ficou a saber, em Dezembro do ano passado, que os cinemas Medeia estavam de saída do centro comercial. Das quatro salas, apenas uma se mantém em funcionamento: a antiga sala 4, a maior. Quando as obras chegarem ao fim, os cinemas geridos e programados pelo produtor Paulo Branco já não farão parte do mapa de lojas do centro comercial.

O mesmo não é possível dizer dos restantes arrendatários, que incluem restauração, lojas de roupa, relojoaria, oculista ou uma livraria Bertrand. Manter-se-ão ou não? “Não podemos dar mais informações neste momento”, responde a mesma agência de comunicação. O que pode dizer (e diz) é que os rumores de que o edifício seria transformado num hotel são “absolutamente falsas”. Quanto ao resto, “os usos da propriedade serão respeitados”.

image O Monumental vai mudar completamente. Em 2020, será assim
Projecto de reabilitação do Monumental

As obras devem começar “durante o terceiro trimestre de 2019” e terminar, “previsivelmente”, no quarto trimestre de 2020. No seu site, a consultora JLL é mais precisa: no final de Setembro do próximo ano, o Monumental estará de regresso. A reabilitação é assinada pela Broadway Malyan, atelier de arquitectura responsável por projectos nos quatro cantos do globo e que desenhou para Lisboa o hotel Avani, junto à Avenida da Liberdade, ou o futuro Moxy Hotel Picoas, a inaugurar no final do ano.

O Monumental é, mais do que um edifício, um nome histórico da cidade: a construção que será agora refeita data do início dos anos 1990, quando foi erigido o edifício de fachada espelhada que hoje conhecemos, no mesmo local da Praça Duque de Saldanha onde funcionou durante quase quatro décadas o modernista Cine-Teatro Monumental. Até ser demolido, em 1984, o empresário Vasco Morgado fez ali história da cultura alfacinha e nacional, fosse com as revistas e operetas protagonizadas pela mulher, a actriz Laura Alves, ou por João Villaret, ou pelo ancestral concurso de bandas em 1965 de onde saíram vencedores Os Claves, ou por apresentar Romy Schneider, a fumar, na tela da sala de cinema menor, o Satélite, andava ainda o Estado Novo a impor-se na vida de todos e de cada um.

A Merlin Properties é dona de mais imóveis em Lisboa, sobretudo no Parque das Nações. A Torre A das Torres de Lisboa, onde se encontra a sede da Galp, e o Almada Forum fazem parte desse portefólio, assim como a gestão da Plataforma Logística Lisboa Norte, em Castanheira do Ribatejo. Recentemente, em entrevista ao Eco, o director-geral da empresa em Portugal, João Cristina, disse que tem em carteira mil milhões de euros investidos em Portugal.

+ Lisboa do futuro: os 50 projectos que vão mudar a cidade

Origem
TimeOut
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