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Milhares nas ruas contra Maduro. Quatro mortos

Apoiantes do governo venezuelano também estão nas ruas, numa data que é simbólica para o país. Há 61 anos, um movimento cívico-militar derrubou o ditador Marcos Pérez Jiménez

A oposição venezuelana mobiliza-se hoje num protesto contra o presidente Nicolás Maduro, cujo novo mandato não é reconhecido por parte da comunidade internacional. Durante a noite, pelo menos quatro pessoas terão morrido, uma delas um jovem de 16 anos “ferido com arma de fogo durante uma manifestação” no bairro de Cátia, em Caracas.

Além da oposição, também os apoiantes de Maduro têm previsto sair às ruas, numa data que é simbólica para o país: há 61 anos, um movimento cívico-militar derrubou o ditador Marcos Pérez Jiménez, que esteve à frente dos destinos da Venezuela entre 1952 e 1958.

Uma data que Maduro lembrou no Twitter.View image on Twitter

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Nicolás Maduro@NicolasMaduro

Conmemoramos 61 años del histórico #23Ene, día en que el pueblo aguerrido salió a las calles para recuperar la democracia. Hoy podemos decir con orgullo y determinación, que las banderas de lucha del 23 de Enero, jamás serán traicionadas. ¡Democracia protagónica y participativa!2,09012:01 PM – Jan 23, 20193,836 people are talking about thisTwitter Ads info and privacy

“Hoje teremos a oportunidade de nos reencontrarmos como povo em toda a Venezuela. Os olhares do mundo estarão hoje sobre a nossa pátria. Diremos como conseguiremos: o fim da usurpação, o governo de transição, eleições livres”, escreveu no Twitter o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, que desde que assumiu o cargo no início de janeiro se transformou na mais forte voz contra Maduro.

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M10oqLPc_normal Milhares nas ruas contra Maduro. Quatro mortos

Juan Guaidó@jguaido

Hoy #23Ene tendremos la oportunidad de reencontrarnos como pueblo en toda #Venezuela.

Las miradas del mundo estarán hoy sobre nuestra patria. Les hablaremos de como lograremos:

1. El cese de la usurpación
2. Gobierno de transición
3. Elecciones libres #GritemosConBrio11.8K12:20 PM – Jan 23, 20199,965 people are talking about thisTwitter Ads info and privacy

Foi Guaidó que a 11 de janeiro, após a investidura de Nicolás Maduro para o segundo mandato, que apelou à “grande mobilização de todos os cantos da Venezuela”. O governo respondeu através de Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte, que lançou um apelo para os apoiantes de Maduro saírem também às ruas.

Guaidó tem estado a publicar nas redes sociais imagens dos protestos.

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Juan Guaidó@jguaido

Valencia, Barquisimeto, Vargas y El Tigre ya empiezan a reencontrarse en las calles.

Venezuela hoy renace en las calles en busca de libertad y democracia. #GritemosConBrio9,0692:47 PM – Jan 23, 20198,682 people are talking about thisTwitter Ads info and privacy

Os protestos surgem dois dias após a detenção de um grupo de 27 militares rebeldes, que terá tentado um golpe numa caserna no norte de Caracas, com apelos à insurreição. Maduro acusou o governo norte-americano, através do vice-presidente Mike Pence, de ter ordenado um “golpe de Estado fascista”, tendo ordenado a revisão de todas as relações diplomáticas com os EUA.

Pence mostrou o seu apoio à manifestação da oposição na véspera da marcha. “Quando fizerem as vossas vozes ouvir-se amanhã, em nome do povo americano, dizemos a todo o bom povo venezuelano: estamos com vocês.” Esta última parte disse em espanhol “Estamos con ustedes“.

Nas manifestações prévias à grande marcha, segundo a polícia e os ativistas, morreram pelo menos quatro pessoas. Os protestos começaram em vários bairros de Caracas, onde os manifestantes bloquearam ruas e utilizaram tampas de tachos para se fazerem ouvirem em bairros populares, como Cátia, Petare e El Valle, tradicionalmente afetos ao chavismo. Em Cátia terá morrido um jovem.

Há ainda registos de protestos nos estados de Vargas (norte de Caracas) e Bolívar (sudeste do país). Nesta última localidade os manifestantes incendiaram uma estátua do falecido presidente Hugo Chávez (presidiu o país entre 1999 e 2013), segundo vídeos divulgados pelas redes sociais. Terão morrido aí as restantes três pessoas.

Origem
DN
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