Desporto

SAD do Benfica constituída arguida no caso E-Toupeira

A SAD do Benfica foi esta segunda-feira constituída arguida no caso E-Toupeira.

Os administradores da SAD do Benfica Domingo Soares de Oliveira e Nuno Gaioso Ribeiro estiveram hoje a prestar declarações no Ministério Público.

A informação está a ser avançada pela SIC Notícias. O Benfica deverá emitir um comunicado ainda hoje.

Na base desta investigação estão as suspeitas da existência de uma rede montada por Paulo Gonçalves, assessor jurídico do Benfica, junto de funcionários judiciais para que estes, em troca de contrapartidas, recolhessem informações sobre processos que envolvem o clube da Luz e os seus rivais. Os contactos deste responsável benfiquista acediam a plataformas online que continham dados importantes sobre os procedimentos judiciais e passavam informação confidencial ao assessor jurídico dos encarnados.

Quais os processos consultados?

O técnico informático José Nogueira da Silva, que se encontra em prisão preventiva, usou as credenciais de Ana Paula Vitorino, atual assessora da Procuradora Distrital de Lisboa, Maria José Morgado, para aceder a pelo menos 10 inquéritos. Para tal, recorreu a computadores instalados nos tribunais de Guimarães e Fafe e acedeu à plataforma informática CITIUS, que contém informação processual confidencial.

Num despacho divulgado no blogue Mercado de Benfica, vêm discriminados os diferentes inquéritos a que o técnico informático acedeu. São eles:

– Entrevista de Bruno de Carvalho: inquérito aberto a 21 de outubro de 2015, após uma denúncia da Federação Portuguesa de Futebol após a entrevista de Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, ao programa da TVI24 ‘Prolongamento’. Foi durante esta entrevista que o dirigente leonino falou sobre o que é conhecido hoje como o caso dos vouchers, em que, alegadamente, o Benfica oferecia jantares e outros brindes a árbitros que iam apitar os jogos do clube da Luz. José Nogueira da Silva terá acedido a este inquérito 64 vezes;

– Invasão dos sistemas: inquérito que começou com uma denúncia do Sport Lisboa e Benfica contra “incertos por acesso ao sistema informático do clube”. Esta denúncia surgiu pouco tempo depois de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, ter começado a revelar aquilo que afirmava serem e-mails de dirigentes benfiquistas que alegadamente provam a existência de uma rede de influências criada para condicionar a arbitragem.  O técnico informático acedeu a este processo 109 vezes;

– Divulgação dos e-mails: este inquérito foi incorporado no anterior. Trata-se da denúncia feita pelo Benfica contra Francisco J. Marques pela divulgação dos e-mails. Foi registado pelo menos um acesso a este inquérito específico;

– Denúncia contra Bruno de Carvalho: trata-se de uma denúncia anónima contra o presidente do Sporting, que se encontra em segredo de justiça desde o final de janeiro de 2018. Nogueira da Silva acedeu a este inquérito duas vezes;

– Corrupção na arbitragem: Inquérito iniciou-se em janeiro de 2017, após uma denúncia anónima que visava a SAD do Benfica e dava conta de um “esquema de corrupção na arbitragem para beneficiar” os encarnados. O técnico acedeu a este inquérito pelo menos 300 vezes. Nas primeiras buscas realizadas pela Polícia Judiciária nas instalações do Benfica, em outubro de 2017, foi encontrado no gabinete de Paulo Gonçalves “a impressão dos histórico” deste processo. Para além disso, “José Silva e Paulo Gonçalves mantiveram contactos telefónicos via Whatsapp para transmissão da informação obtida” no âmbito deste inquérito;

– Outros: José Nogueira da Silva consultou ainda outros cinco inquéritos, “entre eles alguns sem relação com a área do futebol”, revela o documento.

Origem
Jornal i
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