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Ex-colega de Brett Kavanaugh no liceu acusa o juiz nomeado por Trump de abuso sexual

Christine Blasey Ford acusa o juiz nomeado por Donald Trump para o Supremo Tribunal de a ter prendido a uma cama e de lhe ter tentado tirar a roupa numa festa, quando tinham 15 e 17 anos.

Christine Blasey Ford escreveu uma carta à senadora democrata Dianne Feinstein acusando Brett Kavanaugh, nomeado por Trump para o Supremo Tribunal norte-americano, de um crime de abuso sexual. A notícia da acusação veio a público na semana passada, mas a identidade da autora da carta não era conhecida. O mistério terminou este domingo, com a investigadora de 51 anos a revelar a sua identidade ao The Washington Post.

A senadora da Califórnia enviou a carta ao FBI, mas a agência informou que não vai investigar o caso, que ocorreu há mais de 30 anos, quando Christine Blasey Ford e Brett Kavanaugh, agora com 52 anos, eram colegas de liceu, nos subúrbios de Maryland. À publicação norte-americana, a investigadora em Psicologia na Universidade de Palo Alto, alega que Kavanaugh a prendeu a uma cama, foi para cima dela e tentou tirar-lhe a roupa, quando eram adolescentes: ela tinha 15 anos e ele 17, em 1982.

Quando a carta veio a público, Brett Kavanaugh negou as acusações que lhe eram feitas: “Nego categora e inequivocamente esta alegação. Não fiz isto enquanto estava no liceu nem em nenhuma outra altura”, afirmou em comunicado. A Casa Branca também divulgou uma carta assinada por 65 mulheres que atestavam o carácter do juiz no liceu.

Foi depois destas afirmações que Christine decidiu tornar a sua identidade pública. Agora, os democratas estão a pedir para que a votação da sua nomeação para o Supremo Tribunal seja atrasada — a votação está marcada para quinta-feira — mas os republicanos já avançaram que a data se mantém.

Em julho, Donald Trump anunciou que iria nomear Brett Kavanaugh como substituto do juiz Anthony Kennedy, de 81 anos — que vai reformar-se –, no Supremo Tribunal. “Hoje tenho a honra e o privilégio de anunciar a nomeação para o Supremo Tribunal dos Estados Unidos de Brett Kavanaugh”, um juiz com “credenciais impecáveis”, declarou Trump.

Mas, apesar da nomeação de Trump, o nome de Kavanaugh tem de ser confirmado pela câmara alta do Congresso, onde os republicanos têm uma pequena maioria — 51 dos 100 senadores. Mas dentro do partido a escolha também não é consensual, com os grupos de pressão pró-aborto a tentar que a nomeação de Kavanaugh avance.

Na quarta-feira, o candidato de Donald Trump foi ouvido na segunda audição para a confirmação do Senado, na qual afirmou a sua “independência” quanto a questões como direito ao aborto, controlo de armas e imunidade do Presidente, mas não convenceu os senadores democratas. Foi regularmente interrompido por gritos de manifestantes.

Origem
Observador
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