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Hospitais nos EUA surpreendidos com doses “extra“ de vacina contra a covid-19. À Europa vão chegar menos 20% numa primeira fase

Há frascos da Pfizer/BioNTech cujo conteúdo deveria dar para cinco doses mas que os técnicos dizem ficar com líquido para mais uma, ou mesmo duas doses. Dada a “emergência sanitária”, as ‘sobras’ são para usar, diz o regulador.

E se afinal, com a mesma quantidade de vacinas fornecida, for possível vacinar mais gente? A pergunta começou a ser feita nos Estados Unidos, depois de as farmácias hospitalares terem percebido que muitos dos frascos que receberam com o imunizante da Pfizer e da BioNTech contêm mais do que as cinco doses anunciadas. De acordo com os relatos, o líquido ‘extra’ permite pelo menos mais uma dose, ou até encher uma sétima seringa.

A surpresa inicial, que gerou uma intensa troca de mensagens no Twitter entre os técnicos dos diferentes hospitais, depressa deu lugar às dúvidas, conta o jornal “The New York Times”. Usar ou não usar o que sobra, foi a primeira delas, pelo que a questão foi apresentada ao regulador, a Food and Drug Administration (FDA).

Segundo a indicação veiculada esta quarta-feira, e dada a “emergência de saúde pública” que o país atravessa, o conteúdo dos frascos é para ser usado. A FDA diz que vai consultar a Pfizer, para confirmar qual “o melhor caminho a seguir”, mas deixou uma última instrução: a dose extra só pode ser aplicada se oriunda de um único frasco.

Em contrapartida, à Europa deverão chegar menos doses do que as inicialmente previstas. Isto mesmo foi reconhecido, esta quarta-feira no Parlamento, pelo coordenador do Plano de Vacinação Covid-19, Francisco Ramos. Haverá uma “redução de cerca de 20% das vacinas” da Pfizer no primeiro trimestre de 2021 por “um incumprimento da empresa nessa matéria” a nível europeu, informou o coordenador da ‘task-force em Portugal. Ainda assim, garantiu a prontidão do SNS.

Em comunicado, a Pfizer salientou que os frascos têm uma quantidade uniforme de produto, podendo haver diferentes sobras após a remoção das cinco doses consoante o tipo de seringas e agulhas usadas. A quantidade de solução diluente usada também interfere, acrescenta a nota. A empresa diz ainda que está a analisar o problema com a FDA, sem que possa avançar com “uma recomendação sobre o uso da quantidade restante de vacina”. O conselho é que os técnicos envolvidos na vacinação consultem as instituições locais.

Outro aspeto a assegurar foi sublinhado por Anna Legreid Dopp, diretora do departamento para as diretrizes clínicas da Sociedade Norte-Americana dos Farmacêuticos do Sistema de Saúde. Os hospitais que aplicarem as doses extra devem certificar-se de que a pessoa terá disponível a segunda dose, necessária três semanas depois. “É aqui que realmente precisamos de sistemas de rastreamento ágeis e sistemas de informação em tempo real, para que as decisões possam ser tomadas rapidamente”, afirmou, citada pelo “NYT”

Para os Estados Unidos, onde a vacina contra a covid-19 começou a ser administrada esta segunda-feira, a Pfizer diz ter produzido o suficiente para enviar 25 milhões de doses até ao fim do ano. O suficiente para imunizar 12,5 milhões de pessoas.

Origem
Expresso
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