Negócios

10 respostas sobre o novo Aeroporto do Montijo

Estado e ANA, a gestora dos aeroportos nacionais, vão assinar na terça-feira, dia 8, o acordo para concretizar o projeto do aeroporto do Montijo e expandir a capacidade do atual aeroporto de Lisboa. As obras deverão arrancar ainda neste ano. O acordo permitirá rever o atual contrato de concessão, fixando as metas de investimento nos próximos três anos e as taxas aeroportuárias. Descubra as respostas a dez perguntas sobre um investimento várias vezes anunciado e interrompido.

1- Quando arrancam as obras?

Está previsto que a operação de transformação da base aérea n.º 6, no Montijo, num aeroporto civil arranque neste ano. O início das obras esteve dependente das negociações de uma solução financeira com a ANA, controlada pelo grupo francês Vinci, e da entrega de um estudo de impacto ambiental por parte da Agência Portuguesa do Ambiente.

2 – Na prática, vai acontecer o quê?

Vai remodelar-se o aeroporto de Lisboa e aproveitar a base militar do Montijo como complemento à Portela. O Humberto Delgado vai manter o seu papel de hub, estando previstos vários investimentos que permitam melhorar as estruturas dos passageiros, aumentar a capacidade de estacionamento e a circulação das aeronaves. É o caso do encerramento da pista secundária 17/35, da deslocação da base militar de Figo Maduro e de um novo sistema de gestão do espaço aéreo que permitirá aumentar dos atuais 40 movimentos por hora, em Lisboa, para 44.

3 – E quando começa a funcionar o aeroporto do Montijo?

Segundo o calendário previsto, a obra (que inclui a instalação de uma infraestrutura aeroportuária complementar – a chamada “Portela+1” – e a ampliação do atual aeroporto de Lisboa) deverá estar concluída em 2022.

4 – Porque não se resolveu a questão mais cedo?

A discussão sobre um novo aeroporto para Lisboa remonta ao ano de 1969, quando começaram a ser estudadas localizações – Rio Frio e Ota foram as mais faladas -, todas na Margem Sul do Tejo, para a relocalização do aeroporto da Portela, inaugurado em 1942. Foram gastos milhões em estudos, mas o processo foi várias vezes anunciado e interrompido. O tema voltou a animar o debate público pela mão do governo de José Sócrates, que encomendou um estudo comparativo entre a Ota e a zona do Campo de Tiro de Alcochete. Mas o ano de 2007 traz uma viragem, com o então ministro das Obras Públicas e Transportes, Mário Lino, a afirmar: “Na Margem Sul jamais.” “O que eu acho que é faraónico é construir um aeroporto na Margem Sul, onde não há gente, não há escolas, não há hospitais, não há indústria, não há comércio, não há hotéis. A solução Montijo só voltou a ser discutida em 2014, com a troika fora de Portugal e o regresso do PS ao poder, mas só agora é que foi vista como a melhor opção. Os ambientalistas têm, no entanto, exigido mais estudos.

5 – Porque foi escolhido o Montijo?

Por três razões: é a opção mais barata, a menos afastada da capital e a obra tem um tempo de execução mais rápido. Além disso, é a única que permite atingir 72 movimentos por hora – o dobro da capacidade atual da Portela – e chegar aos 50 milhões de passageiros por ano.

6 – Quanto vai custar a solução Portela+1?

A obra de transformação da base aérea do Montijo tem um custo estimado de mil milhões de euros. O valor será pago pela ANA – Aeroportos de Portugal, através das taxas cobradas, não implicando custos para os contribuintes. Quanto à expansão do Humberto Delgado, desconhece-se o valor de investimento.

7 – O que acontece à base que está no Montijo?

A base militar mantém-se, mas com menos aviões. A concessionária estabeleceu um acordo que determina que os aviões C-295 e os C-130 da Força Aérea Portuguesa serão deslocalizados para outras bases (Sintra e Beja). O processo demorará pelo menos dois a três anos, não havendo ainda data prevista para o início, e será inteiramente suportado pela ANA.

8 – Então, quem vai voar para lá?

O aeroporto do Montijo está vocacionado para transportadoras aéreas que tenham as chamadas rotas “ponto a ponto”, ou seja, sem correspondências.

9 – Há companhias aéreas interessadas?

A Ryanair já se mostrou disponível para voar para lá, tendo até criticado o governo pela morosidade no desenrolar do processo. O mesmo não acontece com a TAP: “O Montijo é importante, mas é outra família. Tenho de resolver o meu casamento com a Portela e não namorar o Montijo. O grande problema é a Portela. Aguardamos a proposta para que o investimento seja feito”, afirmou já o presidente da comissão executiva, Antonoaldo Neves.

10 – Como irá para a capital quem aterrar no Montijo?

A ligação entre o aeroporto do Montijo e a cidade de Lisboa ficará assegurada de duas formas: pela Ponte Vasco da Gama, onde haverá uma via rápida, e através de uma ligação fluvial mais curta pelo Tejo.

Origem
DN
Mostrar Mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao Topo