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Fogo em Monchique agravou-se e obrigou a deslocar mais habitantes

O incêndio que há mais de 24 horas lavra na Serra de Monchique agravou-se durante a tarde deste sábado, obrigando à deslocação de mais habitantes, embora as autoridades ainda não consigam precisar quantos.

O presidente da autarquia, Rui André, disse à Lusa que existem alguns aglomerados populacionais situados junto à zona onde lavra o incêndio com habitações em risco, mas também não precisou quais, adiantando apenas que um casal de idosos foi deslocado para a escola EB 2,3 de Monchique.

A mudança de direção do vento está agora a propagar o incêndio para sul, na direção da Estrada Nacional 266, que liga Monchique a Odemira, no Alentejo, à beira da qual estava instalado o Posto de Comando das autoridades, entretanto deslocado para as proximidades do centro da vila.

Segundo o presidente da autarquia, durante a manhã, o combate “estava a evoluir favoravelmente”, mas as circunstâncias alteraram-se durante a tarde, com as altas temperaturas e o aumento da intensidade do vento, o que está a dificultar as operações de combate.

Às 19 horas, o incêndio, que deflagrou às 13.30 horas de sexta-feira, continuava a ser combatido por 719 operacionais, apoiados por 193 viaturas e sete meios aéreos.

Na sexta-feira, as autoridades procederam, por precaução, à retirada de alguma população de zonas afetadas pelo incêndio, primeiro no sítio das Taipas, e depois, ao início da madrugada, de hoje, na Foz do Carvalhoso.

O incêndio já consumiu uma área de cerca de mil hectares e há ainda zonas inacessíveis a meios terrestres.

Face à dimensão do incêndio, o Plano Municipal de Emergência de Monchique foi ativado.

A “complexa operação” conta com meios de todo o Algarve, nomeadamente dos Bombeiros, que constitui a “espinha dorsal” do combate ao fogo, Proteção Civil, GNR, Forças Armadas, Afocelca ​​​​​​, Sapadores, Segurança Social, Cruz Vermelha, Polícia Judiciária, equipas da Câmara Municipal de Monchique, Juntas de Freguesia e associações locais.

Os nove operacionais que ficaram feridos, na sexta-feira, devido a elevado esforço durante o combate ao fogo estão todos recuperados.

Moradores retirados

As chamas obrigaram à deslocação de cinco pessoas do sítio das Taipas, durante a manhã de sexta-feira, logo no início do incêndio, e de 15 habitantes da localidade da Foz do Carvalhoso, durante a noite, como medida de prevenção, de acordo com a Proteção Civil.

Algumas dessas pessoas foram encaminhadas para a Santa Casa da Misericórdia, duas das quais eram idosos acamados, outras duas estão numa escola, sendo que as restantes optaram por ficar em casa de familiares.

O presidente da Câmara de Monchique disse aos jornalistas que foi ativado o Plano Municipal de Emergência e está também a ser prestado apoio social a pessoas que foram retiradas das suas casas por precaução.

Por agora, não há registos de habitações ardidas, havendo apenas algumas infraestruturas de apoio agrícola, vulgarmente chamadas de barracões, que foram afetadas.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alertou, este sábado, para risco de incêndio muito elevado a máximo no distrito de Faro e em concelhos dos distritos de Castelo Branco, Portalegre, Santarém e Beja.

130 militares enviados para apoiar combate às chamas em Monchique

As forças armadas portuguesas mobilizaram para Monchique um total 130 militares 10 viaturas ligeiras e 18 viaturas médias para apoiar o combate ao incêndio que deflagrou na sexta-feira.

Segundo um comunicado do Gabinete do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, do total de militares mobilizados na manhã de hoje 111 são do Exército e 19 da Marinha.

Esta nova mobilização de militares para a região de Monchique surge no seguimento de um pedido Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) que tem como objetivo assegurar em específico as ações de rescaldo pós incêndio.

Origem
JN
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