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Movimento “SNS in Black” desafia ministro a mostrar onde estão os profissionais contratados

Jornal Noticias

Os fundadores do movimento “SNS in Black” desafiam o ministro da Saúde a divulgar que profissionais de saúde contratou, para que locais e com que tipo de contratos, desconfiando dos dados que têm sido divulgados pelo Governo.

“Tem havido manipulação do número de profissionais de saúde contratados. Onde estão, quem são e o que fazem?”, questiona o pneumologista Filipe Froes, em declarações à agência Lusa.

Filipe Froes é um dos três fundadores do movimento “SNS in Black”, um movimento que se alargou a vários profissionais de saúde, que pretende mostrar o “lado B do SNS” e que rejeita ser cúmplice e passivo sobre a “destruição do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

Também o médico António Diniz, igualmente fundador do movimento, apela para que sejam publicitados os locais e as condições em que trabalham os profissionais contratados.

“Quem são esses profissionais, para onde foram e com que estatuto contratual? São especialistas, são internos, são assistentes? Foram contratados por quantas horas?”, pergunta o médico em declarações à Lusa.

Também a médica Ana Paiva Nunes insiste na necessidade de clareza e transparência e corrobora a opinião dos colegas no sentido de que as unidades de saúde “se sentem aflitas com falta de recursos”, quer humanos, quer técnicos ou materiais.

“Somos um SNS menos diferenciado, menos capaz de dar resposta e mais frágil”, é esta a leitura que Ana Paiva Nunes faz do atual sistema.

António Diniz alerta que os profissionais precisam de “clareza e de transparência” e de compreender quem são exatamente e onde estão os profissionais contratados de que o Ministério fala, alegando que nas unidades de saúde não se sente o correspondente acréscimo de pessoal.

O médico refere que “nem no tempo do ministro Paulo Macedo”, que coincidiu com a intervenção da ‘troika’, “havia tantas unidades de saúde a protestar contra a falta de recursos humanos”, bem como de meios materiais.

Segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde relativos ao primeiro trimestre deste ano, há mais 7.901 profissionais no SNS do que havia em novembro de 2015.

De acordo com os dados oficiais, há mais 3626 médicos, 3072 enfermeiros, mais 291 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica e mais 912 profissionais das restantes profissões.

Os três médicos fundadores do “SNS in Black” frisam que este aumento não é sentido nas unidades de saúde, nem da parte dos profissionais nem da parte dos utentes.

Origem
JN
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