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CMVM questiona “sustentabilidade” da subida dos preços das casas

Regulador do mercado de capitais considera que "o forte crescimento dos preços do imobiliário em Portugal suscita questões relativas à sua sustentabilidade", por estar a subir mais que outros países.

O regulador do mercado de capitais português, a CMVM, considera que existem “questões” em torno da “sustentabilidade” dos preços do imobiliário no país, depois do “aumento pronunciado” que se regista desde 2012 e que acelerou a partir de 2015.

O alerta, que consta do Relatório Anual sobre os Mercados de Valores Mobiliários, vem na mesma linha da análise feita recentemente pelo Banco de Portugal, que já detetou “sinais de sobrevalorização” nos preços das casas, em alguns segmentos e zonas.

No mercado imobiliário em Portugal assistiu-se ao aumento pronunciado dos preços (8,6% e 7,5% em termos nominais e reais, respetivamente), na continuação de uma tendência iniciada em 2012, ano em que o índice de preços do imobiliário atingiu o valor mínimo das duas últimas décadas. Esta evolução acompanha, ainda que de forma mais pronunciada, a tendência evidenciada na Zona Euro e na OCDE onde, no último ano, se verificou um aumento nominal de 3,2% (2,3% em termos reais) e de 3,9% (2,7% em termos reais), respetivamente”.

Na opinião da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), “o forte crescimento dos preços do imobiliário em Portugal suscita questões relativas à sua sustentabilidade“.

O regulador lembra que “desde 2014 que o preço dos imóveis, em percentagem da renda implícita que lhes está associada, apresenta uma trajetória ascendente e mais pronunciada do que a verificada na Zona Euro e mesmo no conjunto dos países da OCDE“. Além disso, “também os preços dos imóveis em percentagem do rendimento per capita aumentam em Portugal desde 2012, aumento que foi mais pronunciado no último ano e superior ao verificado naquelas zonas”.

Para a CMVM, este “crescimento dos preços do imobiliário terá decorrido parcialmente da política monetária acomodatícia e de juros reduzidos na Zona Euro, que levaram à existência de liquidez abundante na economia”. Ou seja, “perante a relativa escassez de emissão de novos ativos, o aumento da procura contribuiu para o aumento de preço de ativos existentes. Sem prejuízo disso, e dado o diferencial de valorização dos imóveis em Portugal e na Zona Euro, o crescente interesse de investidores internacionais também ajuda a explicar esta evolução”.

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