Negócios

Em Portugal já se paga com o telemóvel. Nos EUA acaba agora a assinatura

Diario Noticias

Muito graças às fintech, por cá cada vez mais utiliza-se o telemóvel, tanto para usar em ATM como para fazer pagamentos nos terminais

Para quem viaja para os Estados Unidos pode ser uma surpresa fazer uma compra com o cartão de crédito e ter de assinar o talão de compra como comprovativo de identidade. É que na Europa, desde agosto de 2014, os cartões bancários são todos emitidos com chip pela tecnologia EMV (Europau, MastarCard e Visa) e o código PIN é o sistema de autenticação em todos os pagamentos com cartão. Os EUA vão finalmente fazer o mesmo: empresas como a Visa ou a American Express estabeleceram que a assinatura passará a ser uma forma de validação opcional a partir do final de abril.

A mudança, que na zona euro já se faz há muito por via do SEPA – Single Euro Payments Area ou Área Única de Pagamentos em euros, a iniciativa da União Europeia que promove a harmonização das regras dos sistemas de transações monetárias nos países membros prende-se, precisamente, com razões de segurança: “A tecnologia evoluiu de tal forma que as assinaturas deixaram de ser necessárias para combater a fraude”, afirmou o vice-presidente executivo do negócio de rede global da American Express, Jaromir Divilek, à imprensa norte-americana. Os grandes retalhistas, como a Walmart, já aplaudiram a medida, considerando que vai tornar o processo de pagamento muito mais rápido e simples.

Em Portugal, os cartões de débito sempre funcionaram com código, tornando célebre a frase “verde, código, verde”. Só os de crédito obrigavam a assinatura do titular, mas com a obrigatoriedade da emissão dos cartões com chip, como parte das medidas impostas pela SEPA, assistiu-se à migração total para a nova tecnologia. E a adaptação dos respetivos terminais. No caso da rede Multibanco, 100% dos terminais estão preparados para receber cartões com chip. Os EUA, apesar de serem um dos países com o maior índice de fraude do mundo, mantiveram-se à margem desta transformação. “Um cartão com chip era, na altura, três vezes mais caro do que um cartão só com banda magnética. Isto sem falar nos custos da adoção dos terminais”, lembra Maria Antónia Saldanha, diretora de comunicação e marca da SIBS.

Em Portugal há cerca de 21 milhões de cartões bancários em circulação. Em média, cada português tem dois ou três, já que a tecnologia EMV, do chip, se estendeu aos cartões de refeição. O chip nos cartões permitiu o sistema contactless, em que as compras de baixo valor, até 20 euros, nem precisam de autenticação, bastando aproximar o cartão do terminal. Mas desde 2015 que a grande aposta da SIBS está na desmaterialização do cartão, promovendo os pagamentos e até o levantamento de dinheiro com o telemóvel.

Há já 600 mil utilizadores da app MB Way, um número que tem crescido a dois dígitos ao mês. Maria Antónia Saldanha garante que a segurança é, até, maior. “O cartão é protegido por um código PIN. Os utilizadores do MB Way são protegidos por três: é preciso desbloquear o telemóvel, desbloquear a aplicação (se o cliente assim o escolher) e saber o PIN de validação das operações”, destaca.

Maria Antónia Saldanha lembra que não é por acaso que o sistema de pagamentos português “é o mais seguro do mundo”, apontando dados do relatório do Banco Central Europeu: o nível de fraude em Portugal é quatro vezes inferior à média na Europa. “São números que nos orgulham muito”, diz.

Origem
DN
Mostrar Mais

Artigos relacionados

Botão Voltar ao Topo