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EMEL defende mais espaço para peões em Lisboa e respeito por regras

O presidente da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa - EMEL defendeu hoje a necessidade de uma recuperação do espaço público afeto ao automóvel para peões e ciclistas, "permitindo sempre uma coexistência pacífica".

“O espaço público em Lisboa, mais de 60% está afeto ao automóvel, portanto há aqui uma recuperação que temos de fazer para o peão, para o ciclista, permitindo sempre uma coexistência pacífica, porque sendo um espaço de todos temos todos de nos respeitar”, afirmou Luís Natal Marques, em declarações à agência Lusa. 

Comentando o atropelamento mortal de uma jovem de 16 anos, ocorrido no dia 10, na zona do Campo Grande, o presidente da empresa municipal considerou que a cidade precisa de “uma convivência” entre automobilistas, peões e bicicletas, com uma “repartição em que o espaço público seja de todos e todos se respeitem uns aos outros”.

“Se é certo que todos nós somos peões, o que é certo é que mais de 60% da cidade está afeta ao uso do automóvel”, reforçou, destacando a importância do plano de ciclovias ‘pop up’ a ser desenvolvido pela Câmara de Lisboa. 

O objetivo é “criar um espaço reservado para que toda a gente se habitue e para que perceba que no futuro vai nascer uma ciclovia mais definitiva, feita com outras condições, mas agora o que interessa é fazer a reserva do local para que as pessoas saibam que ali é um lugar reservado para ciclovias”, vincou Natal Marques. 

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou no início de junho que o município vai criar 95 quilómetros de ciclovias ‘pop up’ até ao final de 2021, totalizando 200 quilómetros de rede ciclável.

Questionado sobre as condições de segurança das ciclovias da capital, o presidente da EMEL defendeu que “as questões de segurança” vão existir “sempre se as pessoas não se respeitarem, se não tiverem o cuidado de não assumirem comportamentos de risco”. 

“Eu diria que é preciso perceber que quando um automobilista vê um peão ou um ciclista ele tem necessariamente de abrandar. E um ciclista quando vê um automóvel perto naturalmente também não deve nem pode assumir comportamentos de risco”, salientou. 

Relativamente aos acidentes registados pela EMEL na utilização das bicicletas Gira, Natal Marques indicou que houve “55 acidentes em 2019”, tendo fonte oficial da empresa posteriormente corrigido para 40.

“São acidentes que normalmente resultam de quedas, de pequenas escoriações que resultam dessas quedas, nada substancialmente grave”, referiu, realçando que o desenvolvimento da rede de ciclovias “também é um elemento facilitador” e de consciência para que os próprios ciclistas não assumam “alguns comportamentos de risco”.

“O que é certo é que estamos com índices absolutamente residuais de acidentes e, na minha perspetiva, bem”, sintetizou. 

Na quinta-feira, centenas de ciclistas participaram numa vigília no Campo Grande, Lisboa, onde fizeram 16 minutos de silêncio em memória da jovem que morreu atropelada naquele local, na semana passada, e para alertar para o excesso de velocidade dos carros.

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