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PSP debaixo de fogo obrigada a retirar da Cova da Moura

Vários polícias tiveram de se proteger atrás de bancos, postes de iluminação e de outros objetos existentes numa rua da Cova da Moura, na Amadora, depois de terem sido disparados cerca de 15 tiros, alegadamente por moradores daquele bairro.

Ninguém ficou ferido, nem houve registos de danos, mas os agentes da PSP, também ameaçados de morte, foram obrigados a retirar do bairro. O caso aconteceu na noite de domingo e está a ser investigado. Sobretudo, porque a Cova da Moura tem sido palco de ataques violentos à PSP.

O último aconteceu na sequência de um incêndio que deflagrou numa habitação existente no bairro. Segundo os Bombeiros da Amadora, o alerta foi dado pelas 21.13 horas e para o local dirigiram-se oito homens, apoiados por um carro de combate a fogos urbanos e uma ambulância.

Ainda antes das 22 horas, o incêndio estava dado como extinto e os bombeiros abandonavam o local, com o auxílio de uma equipa da PSP, entretanto acionada para montar um cordão de segurança. Nessa ocasião, um carro que circulava nas imediações parou a marcha e do seu interior foram efetuados vários disparos.

Ao ouvirem os tiros e ao verem o clarão próprio de uma arma de fogo oriundo do automóvel, os polícias correram para se protegerem atrás dos postes e carros ali estacionados e, dali, ouviram uma segunda rajada de disparos. Foram, então, pedidos reforços e, em poucos minutos, uma patrulha, mesmo sob ameaças de morte, já estava a ajudar os colegas a retirar do bairro.

Fonte do Comando de Lisboa da PSP confirmou ao JN que os disparos não fizeram feridos, nem danos nas viaturas. E acrescentou que os autores dos disparos não foram identificados, nem foi apurada a motivação e o alvo dos tiros.

HISTORIAL DE CONFRONTOS

A única certeza é que este não foi o primeiro ataque a polícias ocorrido na Cova da Moura. No final de setembro, um patrulhamento de rotina nas imediações do bairro terminou com a PSP a ser alvo de disparos e uma pessoa detida por posse de droga. Na altura, também não houve registo de feridos, nem de danos materiais, mas dois veículos foram apreendidos.

Em junho, a PSP foi obrigada a usar o bastão e a disparar para o ar a fim de impedir que cerca de 30 indivíduos retirassem um carro acidentado do passeio onde ficou imobilizado.

Muitas pessoas na rua

Muitos moradores estavam na rua a ver o combate às chamas quando se ouviram os tiros. Do incêndio que deflagrou na habitação também não resultou qualquer ferido.

Insultam polícia negro

Nos confrontos de junho, dois homens foram detidos por resistência e coação sobre polícias. Ambos foram ainda indiciados por discriminação racial, por terem insultado e ameaçado um agente de cor negra.

Origem
JN
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