Política

Ao PS coube a festa, ao PAN a surpresa e ao BE o reforço. Assim foram as eleições europeias em Portugal

A vitória do PS, com uma vantagem de mais de 10 pontos percentuais sobre o PSD, o reforço do BE e a eleição de um eurodeputado do PAN marcaram a noite dos ganhadores das europeias em Portugal.

Em sentido inverso, o PSD e o CDS-PP falharam os objetivos de aumentar a sua representação no Parlamento Europeu e a CDU perdeu mesmo pelo menos um eurodeputado.

Outro dos perdedores da noite eleitoral foi António Marinho e Pinto, que nas europeias de 2014 conseguiu eleger dois eurodeputados para o seu partido de então, o MPT (Movimento Partido da Terra), mas agora fica fora do Parlamento Europeu.

A vitória eleitoral coube ao PS, com 33,38% dos votos, cujo resultado extrapolado para legislativas deixa o partido longe de uma maioria absoluta, mas com uma vantagem de mais cerca de 10 pontos em relação ao segundo partido mais votado, o PSD, uma margem confortável para aspirar à manutenção do poder.

Uma vitória que o líder socialista, António Costa, classificou de “expressiva, clara e inequívoca”.

Os resultados provisórios às 01:20 de segunda-feira, quando estavam apuradas todas as freguesias no território nacional, indicavam que PSD alcançava, percentualmente, o seu pior resultado de sempre, com 21,94%, um ‘score’ inferior aos 24,3% obtidos nas legislativas de 1976.

O CDS-PP alcançou também o seu pior resultado de sempre em europeias, com 6,19% dos votos, mas manteve Nuno Melo no Parlamento Europeu.

A CDU foi outra das forças derrotadas da noite, ficando em quarto lugar com 6,88%, abaixo dos 6,9% conseguidos nas legislativas de 1999 e dos 9,09% das europeias de 2004.

O Bloco de Esquerda e o PAN foram dois vencedores da noite eleitoral, com os bloquistas a conseguirem eleger um segundo eurodeputado e a duplicar a votação de 2014, com cerca de 320 mil votos e 9,82%, consolidando-se como a terceira força mais votada nas europeias.

Já o PAN, o partido Pessoas-Animais-Natureza, surpreendeu ao conseguir eleger pela primeira vez um deputado ao Parlamento Europeu, com cerca de 5,08% e 165 mil votos.

Derrotados da noite eleitoral foram também a Aliança, do ex-primeiro-ministro Pedro Santana Lopes, que falhou a eleição de Paulo Sande para Estrasburgo (1,86% de votos) e a coligação Basta, do ex-social-democrata André Ventura, um partido da área considerada populista que ficou em nono lugar com 1,49%, atrás do Livre de Rui Tavares (1,83%).

Cerca da 01:20, já tinham sido apurados 99,72% dos votos, faltando apurar os resultados em nove consulados. Faltavam ainda atribuir seis mandatos dos 21 que Portugal tem no Parlamento Europeu.

Nas reações, o presidente do PSD, Rui Rio, reconheceu que o partido falhou os objetivos para as eleições europeias, mas considerou que tem condições para conseguir “um bom resultado” e vencer as legislativas.

Assunção Cristas e Nuno Melo, do CDS-PP, assumiram também o falhanço dos objetivos. A líder centrista assumiu o resultado “aquém dos objetivos traçados”, afirmou ter compreendido “o sinal” que os eleitores lhe quiseram dar, embora afirmando a convicção de que o partido está “forte e unido”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, admitiu que o resultado eleitoral da CDU foi “particularmente negativo” para os interesses dos trabalhadores, do povo e do país, reconhecendo a quebra face aos três eurodeputados eleitos em 2014.

A CDU tinha obtido há cinco anos o seu segundo melhor resultado de sempre em sufrágios europeus, sendo a terceira força política mais votada, com 12,7%, e três mandatos conquistados.

Quanto à coordenadora do BE, Catarina Martins, qualificou de “extraordinário” o resultado do partido, considerando que estas eleições “reconfiguram o mapa político” e que “a disputa política está nos projetos que a esquerda tenha capacidade para apresentar”.

Portugal elege 21 dos 751 eurodeputados ao Parlamento Europeu.

Origem
SAPO24
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