Política

Sondagem: Governo e PS perdem força em toda a linha

Jornal Negócios

O barómetro mais recente da Aximage traz más notícias para o PS e para o Governo de António Costa. Menos intenções de voto, mais expectativas defraudadas e uma avaliação do primeiro-ministro pior do que há um ano.

Numa altura em que o Governo soma vitórias na frente económica e das finanças públicas, os resultados do barómetro mais recente da Aximage resultam num autêntico balde de água fria. Os principais indicadores mostram um Governo e um Partido Socialista (PS) menos fortes do que há um ano e com tendência para perder terreno face aos meses anteriores.

Em matéria de intenções de voto, o PS está bem pior do que há um ano e a situação degradou-se nos dois últimos meses. Segundo a Aximage, 38% dos inquiridos declaram a intenção de votar no PS contra 39,2% em Março e 40,6% em Fevereiro. Há um ano eram 42%. É verdade que este deslize é mal aproveitado pelo principal partido da oposição (o PSD desce ligeiramente, para os 26,7%), registando-se apenas ganhos no Bloco (em Março) e no CDS (em Abril).

Também no desempenho do Governo os dados são desanimadores para os socialistas. Há um ano, metade dos inquiridos dizia que o Executivo estava a governar acima das expectativas, ao passo que agora são apenas 44% (contra 48% em Março). Já aqueles que se mostram desapontados com o desempenho do Governo aumentaram de 8,6%, em Abril de 2017, para 11,2% em Abril deste ano (eram 9,9% em Março). A combinação destes efeitos reflecte-se no índice de expectativas calculado pela Aximage que caiu em Abril para 56 pontos e que contrasta com os 62 pontos de há um ano. Esta quebra em Abril pôs fim a uma tendência de recuperação que se verificava desde o início do ano, depois de em Dezembro ter atingido o valor mais baixo dos últimos tempos.

Na avaliação que é feita de António Costa nota-se um comportamento idêntico. A nota dada este mês (13,7) é inferior aos 14,9 registados há um ano e aos 15,6 de Junho, naquela que foi a classificação mais elevada do primeiro-ministro. Depois disso foi sempre a cair até Dezembro, uma tendência que parece estar relacionada com os incêndios catastróficos de Junho e Outubro do ano passado. Porém, este é o melhor indicador para o Governo, com o primeiro-ministro a registar uma recuperação notável desde o início do ano, mas perdendo força em Abril, mês em que o crescimento é residual (passou de uma nota 13,6 para 13,7).

Finalmente, os portugueses mostram-se menos confiantes em António Costa como primeiro-ministro. É verdade que continua, de longe, a ser o político preferido para ocupar o cargo de primeiro-ministro e que não perde para o líder do maior partido da oposição, Rui Rio, que também cai na confiança dos inquiridos. Agora, são 61,8% os portugueses que dizem confiar mais em António Costa para chefe do Governo, uma percentagem que era de 64,1% há dois meses e de 67,5% em Abril de 2017.

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Ficha técnica

Universo: indivíduos inscritos nos cadernos eleitorais em Portugal com telefone fixo no lar ou possuidor de telemóvel.

Amostra: aleatória e estratificada (região, habitat, sexo, idade, escolaridade, actividade e voto legislativo) e representativa do universo e foi extraída de um sub-universo obtido de forma idêntica. A amostra teve 601 entrevistas efectivas: 290 a homens e 311 a mulheres; 57 no Interior Norte Centro, 82 no Litoral Norte, 106 na Área Metropolitana do Porto, 115 no Litoral Centro, 163 na Área Metropolitana de Lisboa e 78 no Sul e Ilhas; 98 em aldeias, 165 em vilas e 338 em cidades. A proporcionalidade pelas variáveis de estratificação é obtida após reequilibragem amostral.

Técnica: Entrevista telefónica por C.A.T.I., tendo o trabalho de campo de corrido nos dias 29 e 30 de Agosto de 2017, com uma taxa de resposta de 72%.

Erro probabilístico: Para o total de uma amostra aleatória simples com 597 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,020 (ou seja, uma “margem de erro” – a 95% – de 4,00%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de Jorge de Sá e de João Queiroz.

 

Origem
JN
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