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Apagar o Facebook não resolve o problema

Jornal Noticias

O Facebook viu-se envolvido numa polémica que deve servir de exemplo para todos os utilizadores

Foto: REUTERS/Dado Ruvic

O rastilho há muito que ardia e a bomba parece ter finalmente explodido. Afinal, o Facebook, a rede social mais utilizada em todo o mundo, anda mesmo a espiar o que fazemos e a manipular os nossos sentimentos. Apagar a conta não resolve o problema, apenas o adia.

Brexit, no Reino Unido, a vitória de Donald Trump, nos EUA e o referendo na Catalunha. Os três acontecimentos tiveram um elemento em comum: conteúdos direcionados à identidade dos utilizadores foram partilhados para condicionar o resultado das votações.

E como é que a rede teve acesso aos nossos dados? Porque todos nós concordamos em dar de graça informações pessoais, que valem mais do que o petróleo e que são usadas para o que não sabemos. Foi assim que a Cambridge Analytics teve acesso à informação de milhões de pessoas e depois a utilizou para beneficiar os seus clientes.

De cada vez que faz login com a conta de Facebook num novo site ou app está a permitir que os seus dados sejam utilizados por essas empresas. Quando participa nos quizz da moda, como o que lhe mostra a sua foto como se fosse uma estrela de Hollywood, está a deixar que lhe façam uma radiografia digital. Sempre que partilha um conteúdo sem confirmar a fonte está a induzir os seus amigos em erro.

Por isso, e contrariando o movimento #deletefacebook, a resposta aos problemas do Facebook não deve ser apagar o seu perfil pessoal. O Facebook é apenas uma das plataformas e foi o palco escolhido para a manipulação dos cidadãos por ser a mais utilizada. A melhor forma de evitar que escândalos como o do Cambridge Analytics se repitam é através da educação para os media.

Nas escolas, por exemplo, através de disciplinas desde o ensino primário, seremos capazes de criar uma cultura mais responsável no uso das novas tecnologias. Mas também junto dos adultos, de forma a protegerem a sua exposição nas redes sociais. Deixar a solução deste problema nas mãos das plataformas, como que à espera de um milagre, não o vai resolver.

Origem
JN
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