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Portugal ultrapassou a barreira dos dois mil casos diários de covid

É a primeira vez que o número de contágios diários passa os dois mil, desde que a pandemia de covid-19 chegou a Portugal. O boletim epidemiológico da DGS de hoje refere ainda que morreram sete doentes e que estão hospitalizadas 957 pessoas (mais 41 do que ontem), 135 destas nos cuidados intensivos (mais três). Ministra da saúde diz que "estamos a enfrentar uma situação de contágios crescente".

Portugal ultrapassou, pela primeira vez, a barreira dos dois mil casos diários de infeção pelo novo coronavírus. Nas últimas 24 horas, foram confirmados mais 2072 casos e sete vítimas mortais da pandemia de covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta quarta-feira (14 de outubro), no total, desde que a pandemia começou, registaram-se 91 193 infetados, 54 493 recuperados (mais 446)​, e 2117 vítimas mortais no país.

Neste momento, há 34 583 doentes portugueses ativos a ser acompanhados pelas autoridades de saúde, mais 1619 do​​​​​​ que ontem. Destes, 97% encontram-se a recuperar “em ambiente domiciliário”, informou a ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa.

A maioria dos infetados das últimas 24 horas localiza-se na região do norte (mais 1001 – 48,3% do total) e em Lisboa e Vale do Tejo (802 – 38,7%). Seguem-se o centro (mais 172), o Alentejo (47), o Algarve (42), os Açores (cinco) e a Madeira (três).

Já se encontra disponível o relatório de situação de hoje, 14 de outubro.

Há sete dias consecutivos que o número de novos casos ultrapassa a barreira dos mil. Até hoje, o pico de infetados da pandemia tinha sido atingido no passado domingo (dia 10), quando foram notificados 1649 casos.

Há 396 surtos ativos

Durante a conferência de imprensa, Marta Temido deu nota de que o país tem agora 396 surtos ativos de covid-19.

A maioria (178) encontram-se na região de Lisboa e Vale do Tejo. No norte, há 136 cadeias de transmissão ativas, no centro são 50, no Algarve 18 e no Alentejo 14.

Quanto ao indicador RT (que mede o número de contágios que cada infetado faz ao longo do tempo), calculado entre os dias 5 e 9 de outubro, pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), “foi estimado em 1,2, com uma média de 1542 novos casos por dia”, sendo o RT mais elevado na região norte (1,34) e menos na do Algarve (0,91).

Ainda com base nas estimativas elaboradas pelo INSA, a responsável pela pasta da Saúde disse que “estamos a enfrentar uma situação de contágios crescente, que tenderá a agravar-se, nos próximos dias, de acordo com os modelos matemáticos”. No entanto, Marta Temido não deixou de salientar que a concretização destes modelos está sempre relacionada com a maior ou menor adesão dos cidadãos às medidas sanitárias, apelando, desta forma, à responsabilidade individual.

Veja a conferencia de imprensa aqui.

Sete mortes aconteceram na Grande Lisboa e no norte

Os sete novos óbitos distribuem-se por Lisboa e Vale do Tejo (quatro) e pelo norte (três). “Seis destes óbitos registaram-se no hospital e um numa estrutura residencial para idosos”, acrescentou a ministra da Saúde.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

As vítimas mortais são quatro homens e três mulheres. Entre estas, havia cinco pessoas com mais de 80 anos, uma entre os 70 e os 79 e outra entre os 60 e os 69.

A taxa de letalidade global do país é hoje de 2,3%, subindo aos 12,5% no caso das pessoas com mais de 70 anos – as principais vítimas mortais.

Mais 41 pessoas hospitalizadas

Estão internados 957 doentes, ou seja, mais 41 do que no dia anterior. Este é o valor mais elevado de ocupação hospitalar desde 30 de abril, quando se encontravam hospitalizadas 968 pessoas por causa da covid-19.

Já nos cuidados intensivos há agora 135 pessoas – mais três do que na véspera.

O boletim da DGS de hoje indica ainda que as autoridades de saúde estão a vigiar 50 544 contactos de pessoas infetadas (mais 253 do que ontem).https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html

Portugal entra em estado de calamidade e governo quer tornar máscara obrigatória

A situação de pandemia está a registar em Portugal uma “evolução grave”, afirmou, nesta tarde, o primeiro-ministro, após uma reunião do Conselho de Ministros, onde foram decididas uma série de novas medidas de mitigação da doença.

O país todo passa de situação de contingência para situação de calamidade e o governo vai apresentar no Parlamento uma proposta que torne obrigatório o uso de máscara nas ruas, anunciou o primeiro-ministro. Em caso de desobediência, o executivo sugere uma multa de até dez mil euros.

Além disso, a aplicação StayAwayCovid será de uso obrigatório nalgumas circunstâncias, nomeadamente entre as forças de segurança, forças armadas, em escolas e em ambiente laboral.

Há também novas restrições no que diz respeito a ajuntamentos: o número de participantes nos eventos de natureza familiar, como casamentos ou batizados, que terão de ter uma lotação máxima de 50 participantes, estão proibidos festejos académicos (por exemplo, praxes de receção aos novos estudantes universitários). Os ajuntamentos na rua não poderão ter mais de cinco pessoas.

38,4 milhões de casos em todo o mundo

O novo coronavírus já infetou mais de 38,4 milhões de pessoas no mundo inteiro até esta quarta-feira e provocou 1 091 759 mortes, segundo dados oficiais. Há agora 28,8 milhões de recuperados.

No total, os Estados Unidos da América são o país com a maior concentração de casos (8 093 600) e de mortes (220 900). Em relação ao número de infetados acumulados no mundo, seguem-se a Índia (7 241 517), o Brasil (5 114 823) e a Rússia (1 340 409). Portugal surge em 48.º lugar nesta tabela.

Quanto aos óbitos, depois dos Estados Unidos, o Brasil é a nação com mais mortes declaradas (151 063), seguidos da Índia (110 645) e do México (84 420).

Origem
DN.pt
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