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“É um mau ponto de partida”, diz Marcelo sobre orçamento da UE

Jornal i

O Presidente da República afirmou estar em sintonia com o governo e desafiou os partidos e os parceiros económicos e sociais a juntarem-se para criar “uma posição nacional forte”

Marcelo Rebelo de Sousa considerou “um mau ponto de partida” o orçamento plurianual para a União Europeia que prevê um corte de 5% na Política de Coesão e na Política Agrícola Comum (PAC). “Vamos lutar por um melhor ponto de chegada”, acrescentou o Presidente da República quando falava aos jornalistas depois da reunião com as associações de apoio aos sem-abrigo que aconteceu esta quarta-feira no Porto.

Para Marcelo existem duas opções: “A primeira era a que eu qualificaria de uma expectativa favorável, a outra era de um mau ponto de partida”, disse. “Parece que afinal é um mau ponto de partida”, reforçou explicando que “significa que o orçamento europeu, todo ele como um bolo, fica em valores que não são aqueles que são desejáveis” e, por outro lado, “significa um corte superior ao esperado e desejável em matérias de PAC e, sobretudo, de coesão social”.

O Presidente da República considera que o valor proposto pela Comissão Europeia para o orçamento plurianual de 2021-2027 – de 1.279 biliões de euros – é um valor baixo que “se traduz, no caso português, em cortes que são injustos e indesejáveis”.

Sobre as declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que disse também que este orçamento é “um mau começo”, Marcelo mostrou-se em sintonia com o governo. “O Presidente da República está em sintonia com o governo e penso também com o principal partido da oposição, no sentido de que queremos mais. Queremos mais e achamos que é justo ser mais, por várias razões que têm a ver, inclusive, com o comportamento financeiro português nos últimos anos”, afirmou.

No entanto, este anúncio do corte do orçamento não significa, para o Presidente, baixar de braços. “Agora é mãos à obra que agora vai ser um trabalho intenso em que ganhamos em ter uma posição nacional forte, o mais ampla possível”, desafiou Marcelo. E como? “Eu desejaria que esta posição seja partilhada por o maior número de partidos e de parceiros económicos e sociais, porque interessa a todos que haja realmente mais recursos em termos de coesão social e de PAC, porque disso vai depender o orçamento deste ano, o orçamento dos anos seguintes, a capacidade de olhar para sistemas sociais, de corrigir as desigualdades sociais e estamos todos interessados nisso”, acrescentou o Presidente.

Marcelo considera que nada explica, no caso português, “um corte com esta dimensão” mas entende que “provavelmente há várias razões” para que tal tenha acontecido, como por exemplo a falta de “financiamento britânico” resultante do Brexit.

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