Sociedade

Filha manteve pai morto em casa para receber pensão de mais de mil euros

Mulher está acusada de profanação de cadáver, burla tributária e informática.

Jorge Mendonça, de 87 anos, morreu em casa e a filha, Amália, que vivia com ele, nada disse à família nem às autoridades, acabando por manter o cadáver do pai em casa e beneficiar da pensão de aposentação do idoso, no valor mensal de 1167,20 euros. 

ao longo de, pelo menos, seis meses. Acabou por ser denunciada por uma sobrinha. O caso ocorreu nas Caldas da Rainha e o julgamento está marcado para o mês de setembro, no Tribunal de Leiria. A mulher está acusada dos crimes de profanação de cadáver, burla tributária e burla informática. 

Segundo apurou o CM, a PSP e os bombeiros das Caldas da Rainha foram chamados, ao princípio da noite de 16 de junho de 2016, para o primeiro andar, do lote 4, na Rua Projectada à Rua da Estação. 

O cheiro nauseabundo que emanava do interior do apartamento não deixava dúvidas: o morador estava morto e em avançado estado de decomposição. 

Ainda assim, o óbito foi confirmado pela equipa da Viatura Médica de Emergência e Reanimação das Caldas da Rainha e as autoridades policiais recolheram indícios. Segundo o Ministério Público, porém, “não foram observados indícios da intervenção de terceiros”.

De acordo com a acusação, citada pela Lusa, “não foram encontrados sinais de arrombamento, a porta da entrada estava trancada, o corpo foi encontrado deitado no chão da cozinha coberto por pó de cor castanha e a porta da cozinha estava fechada à chave pelo lado do corredor, com a chave na porta”. Sem provas de que possa ter ocorrido um crime de homicídio, o Ministério Público arquivou o inquérito “nesta parte”. 

No entanto, a mulher foi acusada de ter tido conhecimento da morte do pai durante vários meses e de não ter comunicado às autoridades para se aproveitar da pensão. 

A arguida terá coberto o corpo do pai com café e chocolate em pó.

Pormenores
Doença mental
Segundo o Ministério Público, Amália Mendonça, com cerca de 60 anos, antiga educadora de infância, sofre de psicose esquizofrénica paranoide crónica. 

Visitas diárias
A arguida ia todos os dias a casa do pai, pelo que o MP não entende ser credível a possibilidade dela não ter conhecimento de que ele estava morto. 

Não abriu a porta
CM tentou ontem falar com Amália Mendonça, mas ninguém abriu a porta da casa onde a mulher voltou a residir e onde o cadáver foi encontrado. 


Origem
CM
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