Sociedade

Galeria Municipal do Porto inaugura “Germinal” com obras do núcleo Cabrita Reis

A Galeria Municipal do Porto, em colaboração com o Museu de Arte Arquitetura e Tecnologia (MAAT), inaugurou sexta-feira a exposição “Germinal – O núcleo Cabrita Reis na Coleção de Arte Fundação EDP”, que resulta da aquisição, em 2015, da Coleção Cabrita Reis pela Fundação EDP. O artista plástico Pedro Cabrita Reis estará presente na sessão, que é aberta ao público.

A coleção apresenta diversas obras nas fases iniciais da carreira de artistas que hoje em dia são nomes conceituados em Portugal. Cabrita Reis tinha contactos diretos com esses artistas e a coleção decorre muito “de um interesse particular que ele tinha com as gerações mais novas, pelo que estavam a produzir, perceber para onde é que o trabalho deles estava a orientar, que reflexões tinham sobre as questões da atualidade, o que estavam a pensar”. Por isso “foi apanhando as peças iniciais de artistas que vieram a revelar-se muito importantes na arte portuguesa”, afirma Ana Anacleto, uma das curadoras da mostra.

A coleção Cabrita Reis conta com cerca de 380 peças. “Germinal” é a “maior exposição alguma vez realizada” a partir da coleção, contando com cerca de 50 obras, espalhadas pelos dois pisos da Galeria Municipal do Porto. As peças estão divididas em quatro núcleos, que permitem ao público refletir sobre o percurso dos artistas ao longo dos anos. “O sujeito em fratura”, que é constituído por peças que apontam para a ideia do pós-modernismo; “Ao encontro do Outro”, do qual fazem parte obras que revelam questões de identidade de género e que têm “um caráter antropológico”; “O predomínio da tecnologia”, que reflete o momento em que os artistas começam a descobrir a tecnologia e a usá-la para criar arte através de vídeo, som, e da imagem em movimento; por último, o núcleo “A herança das imagens”, que remete para a tradição histórica das imagens.

Numa visita guiada à exposição, Pedro Gadanho e Ana Anacleto, os curadores da mostra, revelam que “foi uma aventura mergulhar nesta coleção e perceber do que é que ela era feita” e explicam que a exposição é uma espécie de viagem no tempo “em que as peças ganham uma segunda vida”.

“Resolvemos mergulhar numa coleção que está fechada em caixas num armazém há mais de 15 anos e isso para nós transformou-se numa aventura muitíssimo interessante no sentido em que nos permitia, pela primeira vez, olhar melhor para as peças, remontá-las, retomar diálogos com os artistas, para trazer à visão do público novamente peças que tinham sido importantes no momento em que tinham sido apresentadas”, revela Pedro Gadanho.

A mostra está patente até 20 de maio e conta com obras de diversos artistas como Jorge Queiroz, Joana Vasconcelos, João Louro, Carlos Bunga, João Pedro Vale, Vasco Araújo, Nuno Cera, Rui Toscano, Noé Sendas, entre outros. Em junho ruma a Lisboa, numa versão ligeiramente alargada, que ocupará as duas grandes galerias da Central.

Origem
JN
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