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Câmara de Pedrógão diz que casas reconstruídas são de primeira habitação

Jornal Noticias

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande disse esta quinta-feira que todas as casas afetadas pelo incêndio de 2017 que foram reconstruídas com a ajuda dos portugueses eram de primeira habitação antes do fogo.

Confrontado com a edição de 19 de julho da revista Visão, que afirmava que meio milhão de euros de fundos destinados à reconstrução de casas de primeira habitação terão sido desviados para casas não prioritárias, Valdemar Alves referiu que “todas eram de primeira habitação”.

O tema gerou grande indignação nas zonas afetadas, tal como revela o Jornal de Notícias na edição impressa da passada sexta-feira, onde são dados os pormenores de um caso em que o proprietário terá vendido a casa onde vivia, para assegurar o apoio para uma outra que estava devoluta, ainda antes do incêndio.

Questionado sobre se todas as casas de reconstrução eram de primeira habitação antes do incêndio de junho de 2017, o autarca respondeu que sim.

“Não temos dúvidas. Há documentação. Cada casa tem o seu processo que foi entregue na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] e no Revita. Foi apreciado pelas comissões e, portanto, não tenho dúvidas de que foram feitas com toda a honestidade e sem ferir ninguém. Nem os regulamentos foram feridos pela reconstrução destas casas”, alegou o presidente da Câmara de Pedrógão Grande.

A Visão exemplifica com vários casos de pessoas que mudaram a morada fiscal após o incêndio, de forma a conseguirem o apoio do Fundo Revita ou de outras instituições que entretanto também se mostraram solidárias com aquelas populações, como a Cáritas, a SIC Esperança, a Cruz Vermelha, La Caixa, Fundação Calouste Gulbenkian ou Misericórdias.

O autarca nega que tenha havido desvio para casas não prioritárias.

No entanto, sublinha que “a própria lei, quando se iniciou o trabalho, nunca referiu casas de primeira nem de segunda, isso foi mais tarde”.

Confrontado sobre se as pessoas não teriam entregado donativos com o objetivo de apoiar apenas casas de primeira habitação, Valdemar Alves sublinhou que os portugueses que contribuíram “era para as casas todas. Nunca perguntaram se era de primeira ou de segunda habitação”.

Entretanto, o Ministério Público abriu um inquérito para investigar alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, em junho de 2017

Câmara espera ter todas as casas de primeira habitação reconstruídas até setembro

A Câmara de Pedrógão Grande disse esta quinta-feira esperar que todas as casas de primeira habitação afetadas pelo incêndio de junho de 2017 estejam reconstruídas até setembro.

O processo de reconstrução das casas de primeira habitação deve estar terminado em setembro, com a conclusão da reabilitação de uma casa que “é a maior de todas e que estava muito atrasada”, disse hoje aos jornalistas o presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves.

O autarca sublinhou que havia casos de “extrema necessidade e de pobreza”, em que a reconstrução não é apenas da casa mas também social.

O presidente da Câmara falava aos jornalistas no final de uma cerimónia de entrega de uma casa reconstruída com o apoio da Fundação Benfica a uma família de Vila Facaia, que, para além de ter sido afetada pelas chamas, era também “um problema social a que se tinha que dar a mão”, frisou.

“A reconstrução ajuda a dar mais dignidade”, havendo também “uma reconstrução da vida e da família”, afirmou.

Com uma bandeira do Benfica e outra do município, descerrou-se a placa a assinalar a reconstrução da casa, com a família visivelmente emocionada pelo gesto.

“Reconstruímos a casa, mas há aqui uma parte social e humana extraordinariamente importante”, disse o presidente executivo da Fundação Benfica, Carlos Moia, em declarações aos jornalistas, referindo que o trabalho social continua já depois da casa inaugurada.

Maria de Fátima Sousa sublinhou estar “muito agradecida” pelo apoio da Fundação Benfica à sua família.

Na sexta-feira, vai já levar “as coisas” para a sua casa reconstruída, depois de alguns meses a viver na casa paroquial.

No domingo, espera ir já dormir à sua habitação.

“Até já vou crescer mais um palmo na minha casinha”, refere Maria de Fátima, salientando que, sem o apoio que recebeu, não teria “condições para recuperar” a habitação.

Origem
JN
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