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Presidente do S. João sente-se “maltratado” pelo Governo

Jornal Noticias

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de S. João disse sentir-se “maltratado” pelo Governo face aos constantes adiamentos da construção de uma nova unidade pediátrica. A promessa de verbas “em breve” não convence.

António Oliveira e Silva falava, esta terça-feira de manhã, em conferência de imprensa, na sequência da reportagem que o Jornal de Notícias traz em manchete na edição de hoje, que dá conta de falta de condições em que crianças com doença oncológica recebem tratamentos no Hospital de S. João. As falhas estendem-se à unidade do Joãozinho, para onde as crianças são encaminhadas quando têm de ser internadas, e que funciona há quase dez anos em contentores, fora do edifício central do hospital.

Alguns pais denunciaram ao JN que a quimioterapia pediátrica está a ser feita num corredor e apresentaram essa e outras queixas à Administração, que admite ter havido melhorias mas lamenta o atraso nas verbas para a construção de uma nova ala pediátrica.

Questionado sobre a posição do Ministério da Saúde face à falta de condições do Hospital de S. João – considerado um dos melhores do país e que ano após anos apresenta contas equilibradas -, o presidente do Conselho de Administração foi categórico: “Sinto-me maltratado. Sinto-me maltratado porque represento não só o Conselho de Administração, mas também o cidadão doente a quem tenho a responsabilidade de prestar o melhor tratamento possível e os profissionais do Centro Hospitalar de S. João. A minha lealdade é tripla e espero que não conflitue”.

António Oliveira e Silva disse ainda que não fica descansado com a promessa, reiterada esta manhã de terça-feira pelo Ministério da Saúde à Antena 1, de que as verbas vão ser desbloqueadas em breve. “Ando a ouvir essa resposta há mais de três meses”, referiu o administrador.

Há dez anos que o centro pediátrico do Centro Hospitalar de S. João está em instalações provisórias, uns contentores que distam do edifício principal, estão degradados e são pequenos para as necessidades.

Em 1 de junho de 2017 foi assinado um protocolo entre o Centro Hospitalar de S. João, a Administração Central do Sistema de Saúde e Administração Regional de Saúde do Norte para serem desbloqueadas as verbas necessárias para a construção do hospital pediátrico.

O hospital aguarda desde então os 22 milhões de euros prometidos pelo ministério de Adalberto Campos Fernandes.

Segundo António Oliveira e Silva, o ministro da Saúde garantiu-lhe há cerca de três meses que havia verbas para a construção do hospital pediátrico. ” No fim de fevereiro, recebi o contacto da secretaria de Estado [da Saúde] a dizer que a verba estava no Centro Hospitalar de S. João, mas continuo à espera da libertação das verbas”, afirmou o presidente do Hospital de S. João.

O responsável acrescentou que há obras, que não dependem dessa verba, que têm vindo a ser realizadas, nomeadamente o novo centro ambulatório para a pediatria que fica disponível a partir de 15 de junho.

O presidente do Centro Hospitalar de S. João realçou a resiliência dos doentes, dos pais, dos profissionais de saúde e também da administração face às condições do atendimento na pediatria que classificou de “indignas” e “miseráveis”.

Origem
JN
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