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Autoeuropa. Fausto Dionísio é o novo líder da comissão de trabalhadores

Jornal i

Eleições ocorreram no final da semana passada, depois de Fernando Gonçalves ter pedido demissão face à contestação interna de que era alvo

Fausto Dionísio (lista C) é o novo líder da comissão de trabalhadores (CT) da Autoeuropa, soube o i. A eleição ocorreu no final da semana passada, depois de Fernando Gonçalves ter pedido a demissão do cargo, justificando o seu abandono com um “sentimento de contestação à pessoa do presidente e à própria ação da CT, com especial enfoque no cargo do coordenador”. Fausto Dionísio era um dos nomes que já tinha sido apontado pelo i para assumir a liderança da estrutura, a par de José Carlos Silva (que pertence à lista C, que conta com alguns elementos afetos à CGTP).

Também na semana passada, e antes de terem sido realizadas as eleições, subiu uma pessoa da lista do ex-coordenador (lista E) que ficou de fora na última composição da estrutura de representação dos trabalhadores, de forma a completar os 11 lugares disponíveis.

Ao que o i apurou, só agora estão criadas as condições para começar a negociar um novo acordo para o trabalho em laboração contínua – a partir de agosto, altura em que será implementada uma quarta equipa, o que terá de implicar uma compensação financeira. As negociações com a administração da fábrica de Palmela deveriam ter arrancado no dia 12 de maio, mas a demissão de Fernando Gonçalves obrigou a suspender os trabalhos. O ex-coordenador voltou então para a linha de produção, para as funções que desempenhava anteriormente.

Recorde-se que, no início de maio, os trabalhadores votaram em referendo a destituição da comissão de trabalhadores, com o resultado de 57% dos votos para o não, enquanto o sim obteve 38% dos votos. Ao todo votaram 3174 dos 5700 trabalhadores. Para a CT ser destituída era obrigatório que dois terços dos trabalhadores votassem, bastando depois uma maioria simples para determinar a saída dos atuais representantes laborais.

Produção sobe

Os novos horários foram uma consequência direta do aumento das encomendas do novo SUV. A meta já foi anunciada: atingir até final do ano um volume de produção na ordem dos 240 mil veículos – a maioria dos quais, o modelo T-Roc.

O i sabe que, neste momento, já estão a ser produzidos diariamente 870 veículos, dos quais 650 correspondem ao novo SUV, o que dá uma produção de 26 a 27 T-Roc por hora. Mas a ideia é aumentar para 28 a 29 por hora, com vista a dar resposta à crescente procura.

E as contas são simples: com mais T-Roc a saírem da fábrica, as exportações devem acelerar. Em janeiro, as vendas ao exterior do setor automóvel subiram cerca de 46% em termos homólogos, equivalentes a cerca de 680 milhões de euros, devido essencialmente à fábrica de Palmela.

Aliás, o modelo que está a ser fabricado exclusivamente na Autoeuropa desde agosto vai ter um peso importante nas vendas da marca alemã: o T-Roc deverá representar 40% das vendas da marca até 2027. Trata-se de uma das apostas da Volkswagen, com a empresa a destacar a importância económica do segmento dos veículos utilitários desportivos.

Origem
Jornal i
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