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Novas acusações sexuais fazem cair presidente da CBS

CBS anunciou a saída de Leslie Monves apenas quatro horas após a publicação na New Yorker de novas denúncias de assédio sexual. Dinheiro de possível indemnização vai para organizações de direitos humanos

Leslie Moonves já não é o presidente da CBS. Depois de um primeiro abalo provocado por uma investigação sobre assédio sexual, publicada em julho na New Yorker pelo jornalista Ronan Farrow, novas acusações vindas a público este domingo marcaram o fim da linha para o homem forte da cadeia de televisão norte americana, que anunciou ainda que vai doar 20 milhões de dólares (mais de 17 milhões de euros) a organizações que apoiam o movimento #MeToo e a igualdade de género nos locais de trabalho.

A companhia emitiu o comunicado meras quatro horas após a publicação de um novo artigo de Farrow na New Yorke r, em que o jornalista que também expôs o caso de Harvey Weinstein deu a conhecer as acusações de mais seis mulheres que denunciam agressões sexuais praticadas por Les Moonves nas décadas de 1980 e 90. Phyllis Goldn -Gottlieb, que em 1986 trabalhava com Moonves na Lorimar, acusou o até agora presidente da CBS de a ter obrigado a fazer-lhe sexo oral e de a ter atirado contra uma parede numa outra ocasião. Agressões que a levaram a apresentar queixa na polícia de Los Angeles no ano passado. As autoridades terão considerado as denúncias credíveis mas a investigação terá ficado por aí porque os crimes já teriam prescrito.

Notícias das últimas semanas davam conta de negociações entre a CBS e o seu presidente para a sua saída a troco de uma indemnização de 100 milhões de dólares

A escritora Jessica Pallingston, que trabalhou como assistente pessoal de Moonves na década de 1990, também denunciou que o antigo CEO a obrigou a fazer-lhe sexo oral e que depois de ter rejeitado avanços sexuais posteriores, Leslie Moonves se tornou hostil. Em declarações a Ronan Farrow, Jessica Pallingston mostrou-se mesmo revoltada com a hipótese de Mooonves sair da CBS com uma indemnização milionária na sequência da denúncia destes casos, que levaram à abertura de uma investigação interna em agosto.

Notícias das últimas semanas davam conta de negociações entre a CBS e o seu presidente para a sua saída a troco de uma indemnização de 100 milhões de dólares (86 milhões de euros). Agora, a gigante norte-americana adianta que Les Moonves não vai receber, para já, qualquer indemnização, que dependerá do resultado da investigação conduzida por duas sociedades de advogados. Mas uma coisa é certa, o dinheiro que será doado a organizações de direitos humanos sairá sempre do bolo que o antigo presidente da CBS teria a receber.

O que é verdade é que tive relações consentidas com três das mulheres há uns 25 anos, antes de vir para CBS

Confrontado com estas novas acusações, que se juntam às de outras seis mulheres que denunciaram os seus casos em julho, Leslie Moonves declarou a Ronan Farrow que elas são falsas, confirmando apenas que teve sexo consentido com três das mulheres, sem esclarecer em que contexto. “O que é verdade é que tive relações consentidas com três das mulheres há uns 25 anos, antes de vir para CBS. E nunca me servi da minha posição para prejudicar os avanços ou as carreiras de mulheres”.

Leslie Monves era presidente e CEO da CBS desde 2006. Joseph Ianniello fica como CEO interino da cadeia televisiva, até à nomeação de um novo presidente por parte do conselho de administração da companhia.

Origem
DN
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