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IMPOSTO SOBRE PRODUTOS DE PASTELARIA É MAIS EFICAZ QUE TAXA APLICADA AOS REFRIGERANTES

Um estudo publicado no British Medical Journal confirma que a taxa sobre bolos, bolachas ou biscoitos pode reduzir prevalência da obesidade em 2,7 pontos percentuais por ano.

Um estudo levado a cabo no Reino Unido afirma que taxar biscoitos, bolachas, bolos e snacks açucarados teria substancialmente mais impacto sobre a variação de peso nos adultos do que o imposto que, de forma semelhante, levou ao aumento do preço das bebidas açucaradas.

Desde 1975, a prevalência mundial de obesidade praticamente triplicou em todo o mundo, de acordo com dados publicados na revista científica The Lancet. Em Portugal, os números da Direção-Geral da Saúde confirmam a dimensão do problema: 57% dos adultos nacionais apresentam excesso de peso, o que inclui a pré-obesidade e a obesidade, ou seja, 5,9 milhões de pessoas.

Segundo o estudo agora divulgado, para um aumento de 20% no preço, reduzir-se-ia o consumo de energia, estimando-se uma redução no IMC que chegaria aos 0,53. Uma mudança que, de acordo com os cientistas, pode reduzir, no prazo de um ano, a prevalência de obesidade em 2,7 pontos percentuais.

O estudo conduzido no Reino Unido conclui mesmo que a taxa sobre os produtos açucarados teria um impacto na redução do índice de obesidade duas vezes maior do que o imposto sobre as bebidas açucaradas.

O imposto sobre as bebidas açucaradas – introduzido em Portugal em 2017 – pretendeu alterar as compras dos consumidores, mas foi também acompanhado por incentivos dirigidos aos fabricantes e produtores no sentido de reformularem a disponibilidade de opções alimentares mais saudáveis. Além disso, a tributação gera receita que, segundo o Orçamento de Estado, tem que ser gasta em cuidados e promoção da saúde.

Mas essas estratégias de tributação para reduzir o consumo de açúcar e energia concentram-se apenas nas bebidas açucaradas. No entanto, os especialistas consideram que os lanches com alto teor de açúcar, como os produtos de pastelaria, podem gerar uma contribuição mais substancial para a ingestão de açúcares e energia livres do que as bebidas açucaradas.

novo estudo, publicado no British Medical Journal, teve por base um conjunto de dados de 36.324 famílias do Reino Unido, e partiu do princípio, confirmado pela ciência, que a ingestão excessiva de açúcares aumenta o risco de obesidade.

Pauline F. D. Scheelbeek, investigadora da London School of Hygiene and Tropical Medicine, concluem que aumentar o preço dos lanches açucarados pode ser mais eficaz na redução da massa corporal.

“A nossa análise fornece aos formuladores de políticas estimativas da magnitude relativa do impacto de um cenário de aumento de preços dos lanches com elevado teor de açúcar. E sugere que essa opção seja digna de mais investigação e considerações, como parte de uma abordagem integrada para combater a obesidade”, lê-se no documento.

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